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Teste respiratório para Supercrescimento bacteriano

Este método está fundamentado no fato que somente as bactérias podem produzir no corpo humano hidrogênio (H2) e metano (CH4), portanto a concentração destes gases no ar do pulmão correlaciona- se com o grau de fermentação bacteriana intestinal.
O teste de hidrogênio (H2) no ar expirado é o método de escolha para o diagnóstico de má absorção intestinal devido ao supercrescimento bacteriano do intestino delgado.
O exame é realizado através de coleta de gases do pulmão através de sopro após a administração oral de lactulose e análise da produção de Hidrogênio (H2) expiratório. É um teste é indolor e não invasivo.
Na presença de supercrescimento bacteriano, a lactulose é fermentada precocemente, na porção inicial do intestino delgado, levando a um aumento do Hidrogênio exalado já nas primeiras coletas dos gases (pico precoce de H2 exalado).
Interpretação dos resultados:
Em condições normais a lactulose não é absorvida no intestino delgado e chega intacta ao cólon onde sofre fermentação bacteriana.
O teste é considerado positivo quando há a elevação precoce (entre 20 e 60 minutos) da curva de concentração de H2, ou seja, ocorreu fermentação bacteriana nas porções proximais do intestino delgado.

Descrição do exame:
1) Determina-se a concentração basal de H2 no ar do pulmão solicitando que o paciente expire continuamente no aparelho;
2) Concentrações basais elevadas são sugestivas da ingestão de alimentos fermentativos na véspera. Por isso, siga adequadamente as orientações do preparo para o exame não ser suspenso!
Duração total do exame: aproximadamente 2 horas.

Preparo para o exame:
1) Medicamentos que precisam ser suspensos:
– Análogos do GPL-1: Liraglutida (Victoza e Saxenda), Semaglutida (Ozempic e Wegovy), Tirzepatida (Mounjaro) – Suspender 14 dias antes do teste;
– Laxantes e fibras alimentares: suspender 7 dias antes do teste;
– Procinéticos convencionais (domperidona, bromoprida): suspender 72h antes do teste;
– Prucaloprida (Resolor): supender 7 dias antes.
2) Um dia antes do exame – Dieta não fermentativa:
– Não ingerir lácteos: leite, queijo, iogurtes e derivados lácteos;
– Não ingerir doces: açúcar, mel, sorvete e adoçantes;
– Não ingerir vegetais: repolho, couve, brocólis, espinafre, cebola, alho, couve-flor, milho, verduras de folha;
– Não ingerir frutas, exceto: limão, morango, abacate e kiwi;
– Não ingerir leguminosas: feijão, lentilha, soja, grão de bico;
– Não ingerir bebidas alcoólicas, café, chá preto ou mate, refrigerante e sucos;
– Não ingerir gorduras, frituras, embutidos e alimentos integrais.
Sugestão de dieta para o dia anterior ao exame:
– Café da manhã e da tarde – alimentos permitidos: torradas, tapioca, bolcha de água e sal, biscoito de arroz, ovo mexido ovo cozido; chá de camomila ou erva cidreira; suco de soja; leite de soja ou amêndoas, frutas: abacate, morango, kiwi.
– Almoço e jantar – alimentos permitidos: arroz branco, macarrão de arroz ou macarrão sem glúten, legumes cozidos: batata, chuchu, cenoura, abobóra e batata doce; ovo cozido ou mexido; frango e peixe grelhados (pouco azeite, temperados apenas com sal e limão); atum enlatado em água.
OBS: Os alimentos não poderão ser preparados com cebola, alho ou temperos.
3) No dia do exame:
– Jejum de 12h, podendo ingerir água até 2h antes do teste;
– Continuar tomando as medicações de uso contínuo para pressão alta, colesterol, tireoide e outros. Não suspender esses medicamentos sem orientação médica;
– Não fumar;
– Não realizar atividade física.
4) Durante o exame:
– Se for diabético, não tomar o comprimido para diabetes;
– Não ingerir água ou alimentos;
– Não fumar;
– Não realizar atividade física;
– Não mascar chiclete;
– Não mascar cochilar.
Observações:
– O teste respiratório trata-se de um exame não invasivo, sem anestesia, sem sedação e sem necessidade de acesso venoso (pegar veia);
– O exame será realizado na própria clínica sem a necessidade de acompanhante (paramaioresde18anos). Será necessária permanência na clínica por cerca de 2 a 3horas;
– Podem ocorrer sintomas devido a intolerância alimentar individual, como dor no abdômen, distensão, gases e diarreia.

